quarta-feira, 30 de março de 2011

Famosos que já sofreram Bullyin: Michael Phelps

O nadador que nas Olimpíadas de Pequim conquistou oito medalhas de ouro e bateu sete recordes mundiais tinha déficit de atenção. Uma professora chegou a dizer que ele seria um fracassado. Sofreu bullying anos seguidos: além do transtorno, era muito alto, magro, desengonçado e tinha orelhas grandes. Uma vez, seu boné foi jogado para fora do ônibus. Em outra, sua cabeça quase foi mergulhada na privada.

Famosos que já sofreram Bullying: Steven Spielberg


 O diretor de cinema mudou-se várias vezes de cidade em função do trabalho de seu pai. Sempre solitário, desengonçado e excluído, com sua câmera super-8 nas mãos fazendo filmes caseiros das irmãs, Spielberg sofreu vários ataques antissemitas dos vizinhos e dos colegas de escola. Chegou a apanhar diariamente no recreio e ouvia as crianças berrando "Spielbergs, os judeus sujos".

Famosos que já sofreram Bullying: Madonna

"Eu não era hippie ou fã dos Rolling Stones, então me tornei esquisita (...) Se você fosse diferente, os alunos eram bem perversos. As pessoas faziam questão de serem maldosas comigo", disse a diva à revista "Vanity Fair" em 2008. Mas quanto mais represálias às suas diferenças, mais Madonna reagia: não depilava pernas e axilas, recusava-se a usar maquiagem ou se encaixar no modelo de garota convencional.

Cyberbullying: a violência virtual

Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender

 Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.

Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.

- No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.

- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.

- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."

Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.

Melhores armas contra o bullying são o diálogo e a prevenção

Nesta semana, a história de um adolescente australiano rendeu muitas reflexões sobre um tema que preocupa a todos – o bullying. Este fenômeno é caracterizado pela agressão intencional, física ou psíquica, praticada por uma pessoa, ou grupo delas, a uma outra, que geralmente apresenta algum aspecto pessoal que a diferencia, como a obesidade ou timidez exacerbada.
Às vezes, a vítima de bullying sofre anos de agressões calada, gerando outros problemas de ordem mental e social. E foi o que aconteceu com o garoto Casey Heynes, de 15 anos.
Em uma entrevista a uma TV australiana, Heynes disse que desde o ensino fundamental sofria agressões. Há três anos, foi deixado de lado por um grupo de oito amigos, quando então as investidas iniciaram.
Além de ataques verbais, quando diziam que ele era gordo e deveria perder peso, ele também sofria agressões físicas, como rasteiras e tapas, chegando-se ao extremo de o amarrarem em uma árvore com fita adesiva. Ele sofreu tudo calado, sem nunca revidar.
O garoto relata que se sentiu muito só e, cerca de um ano atrás, chegou a pensar em suicídio. Porém, cansado dessa situação, ele revidou a provocação de um garoto mais novo e de menor porte físico.
A cena foi filmada por alguém, caiu na internet e milhões de pessoas a viram em poucas horas. A maioria que viu o vídeoo considerou um herói e o apoia em sua atitude.
Ficou, no entanto, a dúvida sobre sua reação: se cada vez que uma pessoa sofrer um tipo de agressão revidar com outra, o mundo se transformará em uma pancadaria. Não é o melhor caminho. Como o garoto disse, foi o que pode fazer.
Mais uma vez vale lembrar que o melhor meio de se trabalhar com a questão do bullying com crianças e adolescentes (vamos nos restringir a eles, mas esse fenômeno não tem idade) no ambiente escolar e em casa, é através da prevenção. Para isso, é necessário reconhecer sua existência e manter os olhos bem abertos. A escola costuma ser o ambiente preferencial para que ele ocorra, não dá para não ver. Em casa, as vítimas ou agressores tendem a mostrar de alguma forma que as coisas não andam bem, através de algum sintoma físico ou comportamentos diferentes.
A questão é séria e consequências graves podem ocorrer, como aqueles tiroteios em escolas nos Estados Unidos.
Não é à toa que Heynes diz ter se sentido sozinho. Durante três anos, além de não dizer nada a ninguém, pessoa alguma percebeu (ou não quis perceber) – família e escola. Geralmente uma vítima desse tipo tem dificuldade em colocar as coisas para fora, elas sofrem caladas. Seja por ser uma característica delas, ou por simplesmente nunca serem ouvidas.
Isso leva a pensar o quanto sua atitude de não buscar ajuda possa refletir um certo descaso para com ele. Como que ninguém o viu amarrado numa árvore? Seu pai só ficou sabendo através do vídeo.
Pois é. Apesar de todo o sofrimento, Heynes mostrou ter uma grande força de vida. Demorou, mas aconteceu. Em vez de desistir, agredindo-se mais ainda, pondo um fim a sua vida, ele deu um basta com o que foi possível naquele momento – usou de sua força física contra seu agressor. Mesmo assim, não foi tomado pela raiva. Não espantaria nada se ele ficasse espancando o menino por um tempo maior sem conseguir parar.
Se pensarmos do ponto de vista social, sua atitude não é adequada. Porém, ao considerarmos o aspecto da saúde mental, Heynes deu um passo à frente para manter sua sanidade. Ele é o herói de si mesmo e deu voz a todos que já sofreram agressões do tipo (a maioria de nós, como bem lembrou o jovem australiano).
O outro garoto se defendeu – o que é natural. Nem os pais dele, no entanto, pareceram engolir muito isso.
E a escola resolveu, depois de tanta repercussão, suspender os dois alunos, pois sua tolerância a agressões é zero. Parece que ela dormiu durante três anos e não viu nada.
Esse é um problema mais comum do que se pensa. Não dá para fazer de conta que ele não existe. Assim como Heynes, está na hora de escolas e famílias despertarem e reagirem a isso. Sem pancadaria.

domingo, 27 de março de 2011

'Não apanho mais, vou-me atirar ao rio'


Leandro Filipe, de 12 anos, frequentava o 6º ano na Escola EB 2/3 Luciano Cordeiro, em Mirandela. Vítima de bullying, era frequentemente ameaçado e agredido por colegas mais velhos. Ontem, Leandro não aguentou mais. Saiu a chorar do estabelecimento de ensino, pelas 15h00, e nem o irmão gémeo nem os três primos, sensivelmente da mesma idade, o conseguiram travar. 'Não apanho mais, vou-me atirar ao rio', disse a criança, perante a incapacidade dos familiares que não o conseguiram demover.
Márcio, gémeo de Leandro, foi internado no Hospital de Mirandela em choque. Viu o irmão despir-se na margem e ainda o tentou agarrar. Não teve força, Leandro cumpriu a ameaça. Ao final da noite de ontem, o corpo não tinha ainda sido encontrado.
Também os pais de Leandro e a irmã de nove anos tiveram de receber tratamento. Estavam em estado de choque, não aceitavam o trágico desfecho. 'Há um ano, o meu menino esteve internado depois de ter sido agredido pelos colegas. Os pais apresentaram queixa, mas ninguém fez nada porque os outros eram menores', contou ao CM Zélia Morais, avó de Leandro, desfeita em lágrimas. Também Tânia Baptista, de 11 anos, lembra que viu várias vezes Leandro a chorar. 'Queixava-se que lhe batiam. Andava triste e não dizia porquê. Só que lhe batiam', conta a amiga, que não consegue encontrar explicação para o facto de o menino ser rejeitado pelos colegas.

ESCOLA ACUSADA DE IGNORAR AVISOS
Zélia Morais, avó do menino, não perdoa a escola por ter ignorado a violência de que o neto era alvo. Em lágrimas, disse ao CM que as agressões eram constantes e que a última, que motivou o suicídio, aconteceu no estabelecimento de ensino. A tia também não percebia o que levara Leandro a desistir. 'A minha filha disse-me que ele saiu da escola a chorar. Já sabia que era agredido na escola, mas não sabia que pudesse chegar a este ponto'.


Depoimento de uma vítima de bullying

Vi esse depoimento na comunidade do orkut "Bullying:as marcas ficam".Achei interessante postar aqui,para que muitas pessoas que foram vítimas ,dêem a volta por cima.

 Serah que seremos vitimas pra sempre?
Refleti muito antes de escrever esse topico, porque acho delicado o assunto, mas necessario. Eu observo que muitas pessoas aqui passaram pelo que passei e isso ainda as machuca consideravelmente, como durante anos me machucou. Porem, uma frase de Sartre serviu como vertice para uma nova direcao: Nao importa o que o mundo faz com voce, o que importa eh o que voce faz com que o mundo faz a voce! E essa a pergunta que levanto aqui: Se um dia sairemos da postura da tristeza e do desabafo e passarmos a assumir a historia do Bullying em nossas vidas, mas nos recusarmos a carregar o rotulo. Sim, hoje eu tenho 30 anos e sofri bullying, mas me recuso a carregar esse rotulo. Eu sou eu, isso fez parte da minha historia, mas eu nao terminei nela. As coisas que realizo em minha vida sao tao maiores, que eu sei que a galerinha que fez isso comigo nao chegaram tao longe n vida como eu cheguei.
Essa eh uma mensagem de esperanca. Desejo que todos como eu, arrisquem a serem mais e nao deixar que esse acontecimento os rotule e direcione a vida de voces. Desejo que voces sejam maiores. Mas pra isso eh necessario um primeiro triunfo, que eh o triunfo sobre si mesmo. Levantem a cabeca e nao sintam vergonha de voces. Nao se isolem dos outros, nao se deixem intimidar. Pensem em pessoas que sofreram coisas piores na vida e seguiram em frente. Eu sei que Bullying traz serios problemas psicologicos, mas infelizmente ainda somos nos quem resolvemos se vamos continuar vivendo essa historia e deixando que ela nos influencie ou se vamos nos permitir construir uma outra.
Bjos a todos e espero que compreendam o que quero dizer. Nao importa o que a galerinha pop pensa de voce. O que eles vao ser daqui ha 20 anos? A maioria ninguem como ninguem, nesse mundo de ninguem.